Pet Sematary

Olá gente! Começo o ano com Stephen e uma de suas obras  mais conhecidas.

Meau!

Prelúdio

“Depois destas palavras, exclamou em alta voz: Lázaro, vem para fora!
E o morto saiu, tendo os pés e as mãos ligados com faixas, e o rosto coberto por um sudário. Ordenou então Jesus: Desligai-o e deixai-o ir.”

Evangelho segundo São João (11:44-45)

“– Só tive essa idéia agora — disse ela histericamente. — Por que não pensei nisso antes? Por que você não pensou nisso antes?
– Pensar em quê? — perguntou ele.
– Nos outros dois desejos — replicou ela rapidamente. — Nós só fizemos um pedido.
– Não foi suficiente? — perguntou ele, irado.
– Não — gritou ela, triunfante; — ainda vamos fazer um.
Desça, apanhe a pata rapidamente, e deseje que o nosso filho viva novamente. O homem sentou-se na cama e arrancou as cobertas de cima do corpo trêmulo.
(…)
– Vá buscar a pata e faça o pedido — gritou a esposa, tremendo de excitação.
O velho virou-se, olhou para ela, e sua voz tremeu.
– Ele já está morto há 10 dias e, além disso, ele… — eu não queria lhe dizer isso, mas… só consegui reconhecê–lo pela roupa. Se já estava tão horrível para você ver, imagine agora?
– Traga-o de volta — gritou a senhora, e o arrastou para a porta. — Você acha que tenho medo do filho que criei?”

W.W. Jacob – A Pata do Macaco

“Hey Ho, let’s go!” – Música dos Ramones

Sinopse

A Família do médico Louis Creed é uma família típica, pai, mãe, filho, filha e um simpático gatinho chamado Churchil. Mas esse cenário de comercial de margarina é mudado quando a família se muda para uma cidadezinha no Maine (Por que sempre no Maine? rsrsrsrs). A casa nova fica perto da rodovia, da casa de um casal de idosos bem amigáveis e de uma curiosa construção no bosque, um cemitério de animais de estimação, feito e mantido por crianças por várias gerações.

Olha só que anjinho…

Minha Opinião

Não é novidade eu apresentar a vocês mais uma história de Stephen King, dessa vez temos aqui um dos livro mais conhecido, “O Cemitério”, ou “Pet Sematary”. Bem, o livro é de 1983, o 9º livro de King, e apesar de muitos fãs quase endeusarem essa obra, eu digo que não o acho o melhor dentre todos. Comparando com “Salém” (ver resenha aqui), por exemplo, “Salém” teria uma nota 10,0 e “O Cemitério”, 8,0. Todavia, claro, a história é ótima, King cria cenas e sequências impecáveis e memoráveis, você realmente se sente dentro da casa dos Creed ou na trilha do “Simitério de Bichos” assistindo a tudo, principalmente na parte final, onde a essência do livro se torna mais intensa e o leitor mais preso. Você pode se pegar gritando “Não Louis!!” ou “Que Burro!!!” . De toda forma, “Pet Sematary” é um clássico de King, não o considero como o melhor livro do mesmo, mas é um livro que vale a pena ser lido e merece respeito. O suspense do livro é crescente, as últimas 100 páginas são as mais carregadas do terror da história e algumas outras páginas contém um misto de retratos de uma família, reflexões sobre a morte e a vida, algumas lembranças de memórias perturbadoras e algumas cenas picantes.
-Houve uma adaptação para filme em 1989, foi a adaptação de livro mais fiel que eu já assisti, com direito a participação do King, realmente recomendo.
-King é fã declarado dos Ramones, em 1989, a banda fez uma uma música com essa temática como retribuição, e ela serviu de trilha sonora para a adaptação de filme. Em vários trechos do livro vemos citações da banda no livro.
-A história é baseada no conto de W.W. Jacob (citado acima), A pata do Macaco, onde os personagens vivem um drama semelhante ao do Louis Creed.

Lost Lenore

Música:

Trailer do Filme Cemitério Maldito (1989):

* Procurei um trailer com legenda, mas não achei 😦
* Aquele padre do trailer é o tio King

Trechos e Frases do livro:

“O solo do coração do homem é mais duro… O homem planta o que pode, e cuida do que plantou”

”     — Os micmacs acreditavam que esta colina fosse um lugar mágico —disse ele. — Achavam que toda a floresta, até os limites do pântano, era mágica. Construíram este local e aqui enterravam seus mortos, longe de tudo e de todos. Outras tribos o evitavam. Os penobscots diziam que os bosques estavam cheios de fantasmas. Mais tarde, os negociantes de peles diriam praticamente a mesma coisa. Acho que alguns viram o fogo-fátuo no Pequeno Pântano de Deus e acharam que estavam vendo fantasmas.
       Jud sorriu e Louis pensou:
       Isto não é absolutamente o que você pensa.
       — A partir de certa época — Jud continuou —, nem mesmo os próprios micmacs queriam voltar aqui. Um deles alegou ter visto um “vendigo” e achava que este solo tinha se tornado uma coisa má. Seus feiticeiros fizeram uma grande conferência para discutir o assunto… Ou, pelo menos, foi o que me contaram quando eu era rapaz… É verdade que ouvi a história da boca de um velho beberão, Stanny B — o B era de Bouchard. E o que Stanny B não sabia, inventava.
        Louis sabia que, na crença dos índios, o “vendigo” era um espírito do norte do país.
        — Você acha que o solo se tornou uma coisa má? — perguntou.
      Jud sorriu, ou pelo menos seus lábios se curvaram.
        — Acho que é um lugar perigoso — disse num tom suave —, mas não para gatos, cachorros ou hamsters. Enterre logo o animal, Louis. “

”       Jud se virou para ele, mas não parecia espantado.
       — Agora enterre o animal — disse. — Vou dar umas pitadas no meu cigarro. Gostaria muito de ajudá-lo, mas tem de fazer isso sozinho. Cada um enterra o que é seu. Era desse jeito que se faziam as coisas.
       — Jud, o que significa tudo isso? Por que me trouxe aqui?
       — Porque você salvou a vida de Norma — Jud respondeu e, embora parecesse sincero (e sem dúvida ele próprio acreditava que estava sendo sincero), Louis teve uma sensação súbita, muito forte, de que o velho estava mentindo… Ou que, pelo menos, estava se deixando enganar e passando o engano para Louis. Recordou-se da expressão que vira, ou pensou ter visto, no olhar de Jud.
       Mas lá em cima nada disso parecia ter grande importância. O vento era mais importante, rodopiando livremente naquela torrente contínua, tirando-lhe o cabelo das orelhas e de cima da testa.
       Jud sentou, encostou-se numa das árvores, fez concha com as mãos em torno de um fósforo e acendeu um Chesterfleld.
       — Quer descansar um pouco antes de começar?
       — Não, estou bem — Louis respondeu. Podia ter continuado a fazer perguntas a Jud, mas achou que realmente não estava interessado. Tudo aquilo parecia absurdo, mas, ao mesmo tempo, também parecia sensato. Era melhor deixar as coisas naquele pé… Pelo menos por enquanto.”

Espero que tenham gostado, até a próxima!

3 comentários sobre “Pet Sematary

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